Ponto de situação

Estou aqui, é verdade! Sou mesmo eu. O porquê de andar desaparecida do mundo da escrita? Sinceramente, falta-me motivação e talvez, tenha voado pela janela já há algumas semanas atrás porque é essa a explicação que encontro para ainda não ter voltado.

Ponto de situação, algo que utilizei muito enquanto tirava o meu curso, são momentos para refletir sobre tudo o que já fizemos até agora. Há solução para isto que é... isso fica só para mim. Contudo, posso dizer que ando a analisar propostas para uma reformulação aqui no Entre Linhas, ando à volta com ilustrações e encomendas. E gostava  que percebessem que, as pessoas não levam a sério o que faço e passo a dar-vos um exemplo. As pessoas passam a vida a perguntar-me o que faço e eu respondo "Escrevo, sou escritora", só que, ficam a olhar para mim com cara de "Estás a brincar, certo? O fazes mesmo realmente?" e continuo com a minha face, séria, a dizer que sou escritora. Passado uns minutos, um pouco desconfortáveis e sem saber bem o que fazer, digo "Sou mestre em arquitetura" e as coisas já mudam de cenário porque essa é que é a minha verdadeira profissão. Porém, não é!

Conheço alguém que foi vinte e tal anos costureira, não quero dizer um número redondo porque não tenho certeza dele mas a alma dela, o coração, o marido e as duas filhas, sabiam que ela não era isso. Mas a vida, nem sempre nos deixa seguir o rumo que queremos e encontramos obstáculos estranhos, no meio do nosso caminho e como todos sabemos, temos de nos sujeitar e ela, sujeitou-se. Até ao dia em que, com muita insistência da família, seguiu o coração e é feliz a cuidar dos velhinhos do lar, onde trabalha porque é algo natural nela.
E como ela, eu tenho de me sujeitar e é o que tenho feito, fazer trabalhos que por vezes não têm ligação nenhuma comigo mas tem de ser. No entanto, chega de dizerem que ser escritora não é uma profissão porque eu própria me dou sermões todos os dias. Sempre fui exigente comigo mesma, já elevei tanto a fasquia que resultou em inúmeras quedas (não real) mas eu senti! Se desse ouvidos a tudo o que as pessoas gostariam que fosse, hoje, seria médica ou cirurgiã ou engenheira, acho que há mais alguma profissão mas não me recordo neste momento.
Pergunto-vos "Se em algum momento da minha vida, não lutar pelo meu sonho, como conseguirei alcança-lo? Vai cair, instantaneamente do céu? Alguém vai fazê-lo por mim?", sinceramente e com toda a certeza, ninguém o fará e não têm de fazer porque o sonho é meu!

É complicado estar aqui sempre porque nem no meu próprio blog sou levada a sério e muitas pessoas devem pegar no livro e não me levam a sério na mesma mas continuarei a lutar! E para retificar, quando digo "pessoas" é no geral, porque incluo toda a gente, não são só os desconhecidos ou conhecidos de raspão...
Sou escritora, criadora de conteúdo, amante de arte e tudo o que a engloba, até a minha costela de arquiteta pertence à arte. O que faço, sai da minha alma, do meu coração porque não consegui conter mais e já me irritava sozinha por não acreditar em mim mesma, por isso arrisquei!

É um desabafo? Sim.
Chegará a alguém? Não sei mas se chegar só a uma pessoa, já ficarei feliz porque é o início de algo.