Dez meses...

Não há nada melhor, do que começar a semana a fazer aniversário. Não, não é o meu, fiz à 10 dias atrás… mas é o meu “Filho Literário” que celebra 10 meses de existência!

Após, uma Feira da Terra em São Torcato, onde tomei posse da barraca do CRCA, que é minha família desde os meus 6 anos e que virou permanente aos 8 anos porque foi, nesta idade em que tive a minha estreia, a tocar um instrumento que supostamente era só de homens, o clarim. Um dia destes, conto-vos esta história e também, do CRCA. Foi um fim de semana que, para além de ter dado alguns autógrafos, vi e revi pessoas que por vezes escapam-nos, por causa da rotina.
Sou uma pessoa introvertida, contudo, esta minha jornada pela escrita e apresentações do livro, tem-me “obrigado” a ser um pouco diferente, a polir arestas como gosto de dizer. Gosto de vos dar palavras escritas porque é onde me sinto realmente confortável e feliz mas sei que aquelas que proferimos, são importantes. Então, aproveito já para agradecer àqueles que vieram ter comigo, para conhecer o meu trabalho ou só me ver.

A minha irmã diz que não é um aniversário, é um mêsversário. Ela tem razão porque faz 10 meses, não 10 anos. No entanto, não deixa de ser especial para mim e irei sempre assinalar esta data, mesmo que as pessoas se cansem porque eu não me canso. Este é o meu trabalho, aquele momento em que tudo se concretizou e que apesar das dúvidas, arrisquei.
Eu adoro o meu livro poético por completo mas existem alguns poemas que têm algo… um deles, intitula-se “Eu” e partilho convosco por inteiro.

“Temos o hábito de olhar e criticar.
Esquecemos que fazemos sofrer,
Esquecemos que alguém poderá ver.
Por vezes esse “alguém” existe.

Qual será a sensação?
Ver com clareza, Ouvir sem fim e Sentir sem querer?
Deixa-nos sem razão,
Porque afinal, nada disto é possível.

Pensamos que somos donos do Mundo,
Que pudemos pedir, dizer e exigir.
Grandes egos, não?!
Talvez, mas continuamos a exibir.

Procuramos o que é certo,
O incerto não faz sentido.
Lá está o ridículo da história,
O pouco da glória.

Às vezes apetece acabar,
Deixar de ser,
Parar!
Para quê continuar?

Esse “alguém”,
Vê o que não quer, Ouve o que não quer e sente o que não quer.
Mesmo assim, faz os caprichos de qualquer um…
Caprichos que nem merece ter!

Em troca?
Nada de nada.
Ou talvez receba um coração gelado,
E um interior calado.

Achamo-nos especiais porque pensamos que vemos tudo,
Errado!
Há quem veja mais…”

“Eu”, página 45 do livro “Pequenos Sopros”



Digo sempre isto porque é verdade e não deixarei de dizer, obrigada a todos que me apoiam! É simples, verdadeiro e vem do coração.
Relembro-vos que, um(a) autor(a) desconhecido(a), demora a arrancar mas tudo começa com aqueles que estão ao nosso lado e não devem ser esquecidos, independentemente do que o futuro reservar. Eu não esqueço pessoas e sempre dei valor a tudo, sejam grandes conquistas ou algo que ninguém vê. Vocês fazem-me crescer, inspiram-me, dão-me conhecimento, etc.

Obrigada!

Parabéns “Pequenos Sopros”!
Que a poesia seja mais valorizada e que se permitam sentir!

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