Março de 2013

Um dos textos que me pôs a pensar sobre a minha maneira de escrever intitula-se como “Presenças”. Na altura achava que só tinha jeito para rimar porque o fazia sem dar conta (não quer dizer que seja pro). A prosa é ainda uma “dor de cabeça” que ando a tentar adaptar-me, é muito diferente do que escrever versos. Mas sentia-me bem em colocar as pessoas a pensar, em opinar, em dar-vos perspetivas de algo,…

“E se certas pessoas, são só passageiras? Que entram só para mudar algo, alertar-nos, fazer-nos pensar,… e não passam de presenças?”
Fui um pouco repetitiva quando redigi mas por vezes andamos tão mecanizados com a rotina, que nem damos conta de pessoas que nos dão aquele pequeno apoio que mudou tudo, ou palavra, ou gesto, ou o que for. É muito fácil cairmos na “armadilha” de até manda-la embora, por atitudes mais rudes que nem lembramos e lá desaparece.
Esquecemos de nos colocarmos na pele dos outros.
Esquecemos de dar atenção porque já é algo esperado.
E quando for embora?
No meu livro poético, “Pequenos Sopros”, tenho pelo menos dois poemas que falam sobre a desvalorização de alguém que temos como certo… porque é isso que é uma presença.
Faço uma comparação no texto:

“É como um passageiro num comboio. Entramos, olhamos e sorrimos para alguém que nos retribuí o sorriso. Gostamos da sensação e então continuamos a sorrir, talvez aquele pequeno gesto tenha alegrado a vida do outro ou outra, mas automaticamente temos de sair. É uma viagem com destinos diferentes.”

Será que já te cruzaste com uma pessoa passageira?
Será que alguma já foi embora da tua vida?

Enviar um comentário

0 Comentários