Arte - Carvão

Há uma semana atrás, falei-vos um pouco sobre os lápis de grafite porque este mês optei por demonstrar um livro, desenhando. Então para aqueles mais curiosos, continuarei a explicar como podemos usar o carvão no processo de elaboração de um esboço ou mesmo um produto final.

Diferente dos lápis que utilizamos para escrever ou desenhar, o carvão é um material que à partida nos irá sujar a folha de desenho e que por norma, só quem segue o curso de Artes Visuais experimenta, conhece e trabalha. No entanto, é ótimo para realçar o claro/escuro, dar volumes aos objetos, profundidade, etc. Não temos aquele entrave de só podermos usar nas folhas, como se solta mais facilmente a nível do traçado, até a parede é uma boa tela para criarmos o que nos vem à mente. O carvão não nos limita em nada e por norma, existe uma enorme liberdade nos desenhos porque basta deslizar um traço e já serve como guia.
Arrisco-me a dizer que deve ser um dos materiais mais antigos na arte de desenhar. Quem não conhece o carvão?



O que vocês podem não saber é que existem dois tipos de carvão para quem faz dele uma ferramenta
de trabalho: o carvão vegetal e o carvão sintético, que pode mudar o nome mas trato-os assim porque foi como aprendi.
O carvão vegetal, que experimentei e acabou por se tornar parte dos meus materiais com que trabalho, geralmente é mais cilíndrico. É como se fosse um pau e consoante o que vamos fazer, podemos parti-lo porque desfaz-se com facilidade, então não precisamos de tê-lo nas mãos tão comprido e vamos “poupando”. Existe em várias grossuras e durezas também.
O carvão sintético, é muito mais concentrado e duro. É resistente e por isso, não parte tão facilmente durante a elaboração do trabalho. Por aquilo que tive contacto, o formato dele é um paralelepípedo, muito mais escuro que vegetal.
Depois há outros materiais que nos ajudam no processo, como o esfuminho que é tipo um “lápis de papel” que serve para atenuar traços, espalhar aqueles fragmentos que vão saindo enquanto vamos desenhando, o pó basicamente, que nos dá zonas mais claras (cinzentas). É difícil apagar este tipo de desenhos mas existem borrachas próprias que geralmente são muito mais moles e têm uma cor acinzentada. Sem esquecer que podes encontrar e agora é muito mais comum, lápis de carvão. Fazem o mesmo que o carvão ao natural, não sujas as mãos porque não tocas diretamente nele mas não dão para afiar. A maneira de os “afiar” é pegar num x-acto ou uma faca tirar as lascas de madeira à volta e assim, está pronto para ser utilizado novamente.

Parece difícil e complicado mas não é! Aconselho-vos a experimentar e deixarem a vossa mente brilhar no papel. Partilhem comigo se quiserem.

Ps: o material que tenho testado tem lápis de carvão e a borracha própria. Se quiserem experimentar é um bom produto para o começo, deixo-vos o link.

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