Linhas da Amizade

Nós somos cadernos vazios prontos para serem escritos.
Não existem linhas retas para nos auxiliar na organização das palavras e consequentemente frases. Não têm delineado os limites para não ultrapassarmos e ficar feio. É uma história completamente livre, sem restrições.

Os primeiros capítulos não têm muitas ações, são simples ideias do que se poderá formar no futuro. Com o tempo, criamos novas direções e as descobertas intensificam-se a cada virar de página. E assim, o início do “Era uma vez”, já se encontra a milhares de quilómetros, sem recordação. Uma das enumeras linhas que desenvolvemos é a “linha da amizade”. É um tipo de família que complementa o nosso percurso e que desejamos que fique para sempre.

Mas como tudo na vida, nada é permanente… algumas coisas teimam em mudar e por vezes não está nas nossas mãos, intervir. Escapa-nos literalmente entre os dedos, não importa se tentas agarrar com força, se aplicas todas as energias que acreditas ter, … quanto mais se insiste em não largar, mais depressa nos escorrega. As amizades são parecidas a isto. Umas formam raízes e não se movem do nosso lado. Outras, com a diversidade do tempo, do que lhes aparece no caminho, vão embora porque decidiram escolher o que era melhor para eles mesmos.

Agora não sejamos hipócritas.
Custa ter que deixar ir… laços que demoram a enraizar, a construir aquela base de confiança sólida… devemos aceitar e pensar que apesar da mudança, essa pessoa não pode passar de "bestial a besta". Aprendemos, partilhamos, rimos, choramos, gritamos, etc.
Não sei se é do conhecimento de toda a gente, mas à uns anos atrás, as pessoas gostavam de fazer álbuns de fotos sobre tudo e mais alguma coisa. Eu tenho uma camada deles em casa, que os meus pais fizeram para guardar e recordar momentos. Agora é tudo mais tecnológico… tempos mudam, não é? Continuando! Onde quero chegar com isto? Essa pessoa passa a uma recordação no nosso livro extenso, não vamos retira-la. Pertence a uma época, a uma altura positiva, senão não a teríamos colocado na nossa “linha da amizade” e coração.

Se tiveres de deixar, dez folhas em branco para te sentires capaz de continuar a registar, a preencher o infinito livro da tua vida, deixa! Demora o teu tempo e quando te sentires, mais ou menos preparado, volta à carga.

Todos temos maneiras diferente de reagir a cada situação, por isso, respira calmamente e senta um pouco.

Enviar um comentário

0 Comentários