Fases...

Nós passamos a vida a conhecer-nos, a tentar descobrir a nossa essência que poderia vir logo assim que nascemos, com um guia explicativo das fases que poderíamos vir a ter, sentimentos, gostos, etc. Como não vimos com nada disso, temos de nos contentar com aquela expressão “Tentativa erro”, isto é, experimentar e perceber o que nos faz felizes.

José Saramago diz,

“A felicidade consiste em dar passos na direção de si próprio e ver o que se é.”

Não é simples, não é como o ato de afiar o lápis quando este tem a sua ponta de grafite prestes a não se ver. Contudo, darmos o primeiro passo para nós mesmos, lançamos a nossa jornada pelo encontro do nosso eu. Sejamos sinceros, como podemos viver uma vida com felicidade, que é algo que todos merecemos, se não nos questionamos diariamente o que somos? Ou onde vagueia na nossa essência?
Passarmos por diversas fases, faz parte do processo de nos encaixarmos em nós próprios. E termos a perceção de que somos diamantes, com muitas arestas para serem limadas. Não somos perfeitos! Batemos com a cara na parede, tomamos decisões estranhas, mudamos opiniões, desiludimos, caímos,… basicamente, vamos errando. Sentirmos que aquele tipo de sentimento não é real ou que nunca alçaremos o que procuramos, não é verdade!


Cito George Orwell,

“Ver aquilo que temos diante do nosso nariz requer uma luta constante.”

Temos de ser um pouco “guerreiros” e saber levantar quando encontramos obstáculos ou nos desfazemos em pensamentos sobre algo durante noites. Ás vezes, colocar as ideias no lugar, parando um pouco a nossa correria incessante, ajuda a perceber que talvez a resposta, estivesse sempre no nosso lado ou debaixo do olhar. E assim que damos conta, surgem logo duas coisas que geralmente o ser humano teima em fazer:
Aceitar e abraçar aquilo que é,
Ou,
Negar tudo, criando barreiras desnecessárias a si próprio…

Acontece, apesar de sabermos que não é solução, formando uma fase um pouco “negra”… É como quando subimos a uma torre e antigamente não existiam as tecnologias de agora para fazê-las rolar sozinhas. Então vamos dando passos, um a um mas a contragosto… desanimados, suspiramos profundamente, fazemos sons para mostrar que estamos insatisfeitos,… No entanto, a meio percebemos que não vale a pena continuar a queixar porque se estamos ali, significa que queremos aquilo. Por isso, é essencial aceitarmos e não retrocedermos. Lutarmos contra nós mesmos, é uma guerra infinita, cheia de desconforto,… um “inimigo” que sabe as nossas fraquezas e habilidades.

A felicidade é tão restrita e privarmos-nos dessas proporções belas de um tesouro, é uma loucura.
Não tenham receio de se conhecerem e recebam de bom grado aquilo que descobriram em todas as vossas fases.

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