"Ouvi por acaso!" Ou não...

"Ouvi por acaso!"
Ou não…

Esta deve ser a expressão mais usada, para quando se ouve algo que devemos ou não mas mesmo assim, a curiosidade é tão grande que não resistimos. Qual é o problema disto? Às vezes nenhum… O pior é quando tem problema e fazemos o que o certeiro e velhinho ditado diz, “Quem conta um conto acrescenta um ponto”.
Não sei porquê, porém, têm quase sempre a mania de contar algo extra daquilo que ouviram. Como quando compramos aqueles DVDs todos catatitas e trazem um conteúdo com bónus. Só que, sejamos sinceros, nem sempre é bom… é horrível… E na vida é igual, qual é o objectivo de ouvir algo e depois não contar como foi? Porque temos de acrescentar?


Contudo, e para complicarmos ainda mais a situação, abrimos a boca quando nos é pedido para não o fazermos…
Pelos vistos, não sabemos guardar o que nos é contado, quando nos pedem descrição.
Não sabemos simplesmente dizer o que ouvimos, acrescentar é muito melhor.
Resumindo, não respeitamos as pessoas que, porventura, confiam um pouco para nos transmitirem algo das suas vidas ou que precisaram de desabafar.

Eu sei que parece completamente aleatório este assunto, mas é realista. Vivo numa freguesia em que tudo se sabe e quando alguém, por um acaso, se lembra de tornar uma história de dez segundos em quinze minutos, começam as teorias da conspiração, rumores, boatos de “aquele disse que o outro disse” e a lista é enorme de “aqueles” e sem esquecer também, o famoso “aquele viu e jura que foi assim”…
O ser humano tem esta peculiaridade e outras que nem sempre são boas.
Traz alguma felicidade sermos assim?
Não deveríamos ser bons uns para com os outros?
Não deveríamos cuidar da nossa própria vida ou arranjar algo melhor para fazer?
Pois…

Acredito que todos nós temos arestas que precisam ser melhor limadas e algum polimento não faria mal nenhum. Ninguém é perfeito, o imperfeito torna-nos belos e únicos. Contudo, reflectir nas atitudes menos aprováveis é um passo para que não voltemos a fazê-lo e convivermos em harmonia.

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